<- 3horas e meia antes da Luísa nascer!
Primeira foto da Luisinha
Cá vai:
No dia 20 de Junho estava de 38semanas e 3dias e fui a mais uma consulta demanhã. A GO fez-me o toque – que não me doeu nada (!) – para "acelerar a coisa para essa semana".
Vim para casa, fiz o almoço, almoçamos e comecei com contracções – nos rins – cada vez mais perto umas das outras. Mas sem grande dor! E o R. "Vamos embora, vamos já para o Hospital" e eu "nem pensar, isto é falso alarme!". Bom, às 15 horas lá me disponibilizei a ir, mas muito contrariada! Nem queria levar as malas. Cheguei ao Hospital São Francisco Xavier pelas 16 horas, com dores e sempre a andar de um lado para o outro. Ainda na sala de espera, pelas 16.40 rebentam-me as águas. Eu só me ria! "que badalhoquice, agora fico toda molhada!". Lá entrei e o médico disse que estava com 2 dedos de dilatação, ia ficar internada. Veio a enfermeira tirar-me uns pelinhos, dar-me as batas e mandar-me fazer 2 microlaxes (eu tinha ido à casa de banho 3vezes, por isso no hospital não fiz nada).
Passei para o bloco de partos onde me puseram a soro. Veio um enfermeiro e perguntou se eu queria epidural. E eu "então pois claro, e benurons não pode ser? E vodca?" Os enfermeiros só se riam. Entretanto entra a pessoa que mais me ajudou no parto – uma estudante de enfermagem chamada Rita (nunca vou esquecer todo o apoio) – que não me larga durante o tempo todo, ajuda-me a fazer a respiração, avisa-me quando vem uma contracção e quando ela vai embora. Pergunta-me a medo "posso assistir ao seu parto?" e eu "claro que sim, não a deixo sair daqui!" e ela "obrigada, vai ser a 1ª vez!"
As enfermeiras só diziam que as contracções eram muito fortes mas que eu estava muito controlada, nem parecia o primeiro filho! Chega a anestesista e quando olha para as minhas costas diz que não se responsabiliza em dar-me epidural – estava com uma alergia brutal nas costas, provocada pela gravidez, que nunca tinha ligado nenhuma porque não me incomodava. Aí fiquei nervosa – entra o R. A enfermeira diz "você está muito controlada e calma, mas vamos por-lhe uma anestesia no soro para lhe aliviar a dor, tudo tem solução" (acho que esta anestesia não me fez NADA!).
Bom, até à dilatação completa foi 1hora e meia. Estive sempre bem, com dores, mas bem. No meio das contracções até contei às enfermeiras que o R. tinha sido meu professor na faculdade e eu aluna dele!!! E as enfermeiras perguntavam ao marido "ela é sempre assim tão bem disposta?" e o R: "não, tem um corno de feitio e é antipática!" Eu ria! Entretanto veio a vontade de fazer força e comecei com tonturas (por causa da respiração) e deram-me oxigénio. Disse ao R. e à Rita –chamem as enfermeiras, a Luísa vai nascer! Chega a enfermeira e verifica que a dilatação está completa. "Faça força!" nada. "Faça força" – sai a cabeça e o enfermeiro diz "pare de fazer força!" (só depois percebi que a Luísa tinha uma volta do cordão ao pescoço) – "Faça força outra vez!" – sai a Luísa às 19.03. 2860Kg, perfeita, à procura das mãos para chuchar. Passados uns minutos olho para o lado e o R. chora compulsivamente e desmaia! Eu rio, as enfermeiras riem. A Luísa vem para a minha barriga e beijo-a.
Depois levei 6pontos (foi chato, não tinha epidural).
O meu parto foi rápido. Teve dor, mas nada de especial – A SÉRIO. Quando fiz força gritei, mas recebi elogios de toda a gente pela rapidez e pela calma e controlo. Talvez tenha sido esse o segredo – sempre bem disposta, a rir, a conversar.
Hospital São Francisco Xavier – FANTÁSTICO. Super bem tratada (tive um quarto só para mim com casa de banho), as enfermeiras, auxiliares, senhoras que trazem a comida, só tenho a dizer bem.
A todas – muita força. Não custa nada.
"Onde é que eu estou?"
"Mãe? Pai? Se calhar gostava de sair daqui..."
