Pré-Natal

Se há coisa que me irrita são os bonecos da solidariedade. Com risco de ser mal interpretada, deixo aqui a minha fúria contra as bancas que, principalmente nesta altura do ano, enchem centros comerciais e supermercados com pessoas a tentar vender bonecos para instituição x ou y. Claro que, uma mãe com um bebé, é um alvo apetecivel. Não entendo porque não utilizam o dinheiro dos custos da produção do boneco para dar à dita instituição...

Se me pedem alimentos, roupa, brinquedos estou na linha da frente;

Por favor não me tentem vender bonecos da solidariedade.

Ando aqui numas indecisões, não sei se hei-de fazer crer à Luísa que o Pai Natal existe ou não. Eu nunca acreditei. Cresci com uma avó muito prática que nunca me deixou acreditar. Apesar das insistências do meu pai, mascarando-se de Pai Natal no dia 24 à noite, nunca acreditei... Achava bonito que ela acreditasse, mas quando vejo Pais Natal a fazer anúncios ao Minipreço, Reis Magos a anúnciar vantagens em saldos do telemóvel penso que é melhor ser honesta desde o início.

Até gosto do Natal. Há uns anos atrás detestava, mas agora até simpatizo. Gosto até de trocar presentes e de fazer compras. Abomino os pacotes e pacotes que se trocam nesta altura. Sempre fui habitada a um presente (máximo 2) dos meus pais e pronto. O Natal é a minha mãe enfiada na cozinha durante 3 dias a preparar bacalhau! Cozido com todos, não há cá Bacalhau com Natas como agora tenho visto!

Luísa Winehouse

They try to made me go to the biberon

And I say NO NO NO

A Luísa não quer mesmo o biberon, não há nada a fazer - a não ser continuar a tentar. Eu sei que eles de fome não morrem. Quando a fome aperta, até pedras comem. Mas custa-me ver a minha pequenita a sofrer.

Entretanto já dei a mão à palmatória e vou começar com a comida antes dos 6 meses, em princípio para o próximo fim de semana. Ontem fui combinar as últimas coisas com a Educadora responsável pela ama da Luísa e, para a semana, ela começa já a fazer a habituação (vai fazê-lo durante todo o mês de Dezembro). Não posso esperar por dia 20 para começar a dar a comida, ainda estaria a introduzir coisas novas quando ela fosse para a ama de vez. Custa-me muito, mas o meu coração diz-me que tem de ser assim. Não podem ser tantas mudanças na sua vida de uma vez só.

Ele há coisas...

Provavelmente isto não interessa muito mas...

Durante toda a minha vida ouvi a minha mãe falar no seu tio João, mais velho que ela 3 anos. Tinha perdido o contacto com ele por volta dos seus 15 anos, há 40 anos. Apenas se sabia que ele tinha ido para a Suécia.

Passo a explicar. O meu bisavô, com cerca de 60 anos, casou com uma senhora de cerca de 30, tinha a minha avó cerca de 40... (nota: a diferença de idades nos casais está-me nos genes, não posso fazer nada). Tiveram um filho, o tio João da minha mãe.

Para fugir à guerra esse tio João tinha ido para a Suécia. O meu bisavô e a mulher foram para Moçambique. Desde aí não se sabia nada deles. Até que uma pessoa com dois dedos de testa resolveu ir à net, serviço 118 e digitar o nome da mulher do meu bisavô. Apareceu logo.

Claro que o meu bisavô já morreu, mas a mulher dele não nem o filho. Hoje almoçámos todos.

Ela, mulher do meu bisavô, é como se fosse trisavó da Luísa e madrasta da minha avó que tem 92 anos.
Ele, é tio-bisavô da Luísa e irmão da minha avó.

Eu acho fantástico.

Biberon

Decidimos, na nossa família, começar a introduzir, aos poucos o biberon. Talvez ainda seja cedo, mas ela nunca teve nenhuma aproximação ao dito em 5 meses de vida! Não quero que as mudanças na sua vida sejam feitas todas de uma vez - ama, eu ir trabalhar, introdução da comida...

Biberon I - 6ª feira à hora de jantar, depois do banho. Fui para a sala e deixei-a com o pai no quarto. Ao fim de 15 minutos de choro desesperado resolvi aparecer e por a mama de fora.

Biberon II - Sábado demanhã. Bebeu 50 ml com o pai, desatou num berreiro e bebeu o resto do pequeno almoço da fonte.

Por um lado sinto-me triste, porque não quero que ela sofra.
Mas há um lado em mim que explode de felicidade por esta dependência tão carinhosa.

No Domingo não houve biberon para ninguém porque fizemos a festa dos 5 anos do Francisco, irmão mais velho da Luísa, cá em casa. A confusão foi tanta e o sorriso dos pais ao larga-los cá fez-me chegar a uma conclusão. Deve haver um acordo tácito entre pais - "Calha a cada um; uma vez por ano e é a nossa vez de aturá-los..."

5 meses

Pois é, a Luísa fez 5 meses!

Aqui fica uma foto fresquinha, tirada ontem.

Como presente levei-a às vacinas. Foi o terror, ela chorou horrores. Acho que lhe doeu muito, tadinha.

Pesei-a e já tem 6970kg. Não percebo a pancada dos médicos com o peso. Confio muito no pediatra da Luisinha, mas não vou pesa-la no dia 5 de Dezembro como mandou o médico para ver se ela tinha x de peso. Vou continuar com a mama em exclusivo até aos 6 meses!

De resto não há muito a dizer... Ando numa roda viva a tratar de papeladas para a ama - nota: há uns tempos atrás tinha dito que ela ia para uma creche, mas afinal vai para uma ama.

Espero ter mais aventuras para contar em breve!

Domingo

Vim só cá deixar a foto da Luísa que não pude deixar ontem. Infelizmente não mostra bem a habilidade da cria

Voltando ao mesmo (desculpem...), hoje acaba a minha Licença de Maternidade. Todo o tempo que resta até Janeiro são férias.

E lembrei-me, que em tempos idos de Março, quando marquei as férias, decidi confiar na sorte e não marquei o dia 24 de Dezembro.

Ora, se a minha empresa decidir não dar o dia, vou trabalhar na véspera de Natal...

Ahhhrrrrrrr!!!

Não tenho cá vindo muito e também não tenho muitas novidades.
Gostava de ser uma pessoa diferente que não sofresse por antecipação. Todos os dias sonho que já estou a trabalhar - e cá estou eu de novo a pensar nisto! Só volto à vida activa (fora de casa, sim, porque a minha vida em casa é tudo menos inactiva) em Janeiro e já tenho esta angústia!

Esta semana comecei a tirar leite com a bomba. Talvez tenha sido a coisa mais decadente que já fiz na vida... Estar com uma coisa de plástico agarrada à mama a dar aos dedos não é, de facto, uma coisa dignificante para uma pessoa. Ainda por cima sinto que a Luísa olha para mim como se estivesse a gozar a situação. Mas enfim, há mesmo que começar a fazer stock de leite (para quê? para quando for trabalhar! e voltamos ao mesmo...)

De resto, ontem apanhei um susto quando vi a Luísa quase completamente sentada na espreguiçadeira. Estava toda esticada para apanhar os bonecos. Adorava por aqui aqui uma foto, mas o R. saíu e levou a máquina...

Ahhhrrrrrrrrrr!!!!!!!!

Na boa vai ela!

Depois de 4 dias sem sair de casa não me posso queixar do meu fim-de-semana, egoísticamente falando.

No Sábado à noite fui ao Bairro Alto. Uma grande amiga que fazia anos e no dia seguinte partia para Londres, fez-me sair de casa. A Luísa mamou por volta das 22horas, dormiu e eu saí. Meti uma foto da minha conchinha na carteira e lá fui eu, com um aperto no coração e no estomâgo.

Parecia uma parola para quem tudo seria novo. Nem me atrevo a contar há quanto tempo não lá ia, leve, livre e solta. Mas a gente era a mesma, a minha gente. E a solidão - nos parcos minutos da viagem - fez-me bem, fez-me pensar. Voltei por volta da 1 da manhã! Uau, para mim foi a loucura! E claro que perdi a conta ao número de mensagens que mandei ao pai para saber como paravam as modas por casa...

Voltando ao Bairro Alto, a estadia acabou em acesa discussão sobre a nova lei em que os bares passam a fechar às 2 da manhã. Perdoem-me se estão a ler, eu compreendo os moradores. (E vocês também, que são meninos muito inteligentes...)

No Domingo decidi abusar mais um pouco do amor de pai e, entre duas mamadas, fui ao cinema Fui ver "Primeiro Choro", um documentário sobre como se nasce nas várias partes do Mundo. Amei. Chorei cada vez que via um bebé a nascer (como é sobre o parto, podem imaginar...). Faz pensar nos cuidados que temos com os nossos bebés quando há tanta forma diferente de nascer.

E a Luísa?

Tá óptima, já lhe passou a constipação. Passou fim de semana a ensaiar os seus sons guturais e a rir. Ontem foi almoçar fora com os pais e portou-se lindamente!

Por casa

A Luísa está constipada... E eu com uma monumental dor de cabeça porque ela passa a noite a chorincar e a tossir.
Há uns dias que não saio de casa (tirando para ir às compras quando o pai ou a avo chegam...) e já ando a bater mal. Ainda para mais, depois de ter resolvido andar a pé 1/2 hora todos os dias. Tá bem tá...

Melhores dias virão...

Há 1 ano atrás

Há 1 ano atrás era Sábado e estava muito calor.


Estava na faculdade, numa aula de Mestrado, e, num impulso, saí. Tinha de fazer o teste. O dia 3 era um dia especial.


A conduzir ia a ouvir Rocket Man, na versão do David Fonseca (música que dá nome a este blog...).

Fiz o teste sózinha e foi o momento mais marcante da minha existência.

Vale a pena escrever mais?

(...)

A Maria Luísa entrou assim na minha vida. Nas nossas vidas.

P. S - Há um ano que deixei de fumar! YUPI!!!!!

Tenho de me disciplinar para andar, pelo menos, 1/2 por dia. Não custa nada, eu adoro andar e a Luísa adora sair de casa. Hoje fui para Belém, junto ao rio, fiz uma óptima caminhada. Ainda por cima sou uma privilegiada, moro numa zona da cidade em que posso sair de casa e andar a pé sempre com passeio e paisagem agradável.

Só que as vezes bate uma preguiça. Quando estou a trabalhar os dias parecem enormes, e agora parece que o tempo não chega para nada. Os dias passam a correr e daqui a pouco já volto ao trabalho. É melhor parar de escrever para não me deprimir mais...

Nota - Eu só tenho bebé, não tenho cão.